QUALQUER PALAVRA, UM GESTO...

Pousa, de leve, o teu no meu olhar!

Tu vais sentir, e sem dificuldade,

um forte vendaval, a farfalhar,

neste meu coração em tempestade.

E não zombes nem vás falar: “coitado!”

Mesmo sem eu saber (pobre, meu estro!)

se um dia podes dar-me o teu legado,

uma ilusão, qualquer palavra, um gesto,

eu te direi: te amei perdidamente,

e ao verde dos teus olhos, com loucura,

desde que nos quedamos, frente a frente.

Pousa, por fim, o teu olhar no meu!

Verás que ardo, em chamas de ternura,

pelo que o teu amor me ensandeceu.

Fort., 28/11/2008.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 28/11/2008
Código do texto: T1308574
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