O BEIJO

O beijo, puro ósculo, um desejo,
É um doce impulso que só vale a pena
Enquanto o amor por si não se condena
Vibrando o coração num suave arpejo.

Carícia labial que eu antevejo
Aos pés do bom Jesus: vi Madalena.
Otelo, com furor, beijou Desdémona,
Romeu beijou Julieta num bafejo.

O ósculo santo fora profanado
Por Judas, que a Jesus o entregara
Com um beijo infame n'Ele contaído

O beijo só é mais beijo se roubado
Como Gable ao beijar Scarlett O’Hara 
Segredou-lhe nos lábios, não no ouvido.

Hermílio
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 27/11/2008
Reeditado em 26/05/2012
Código do texto: T1306358
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