Soneto de amor
Tentei fazer um soneto perfeito, descompromissado.
Elaborei palavras conhecidas, sou muito desajeitado.
Estudei as regras de uma língua com parco conhecimento.
Vislumbrei as idéias dos poetas que alimentam o esquecimento.
Mantive meu amor num pedestal onde nada o alcançasse.
Escrevi as idéias confusas para que outro a organizasse.
Sonhei que ela estava lendo e amando o que eu dizia.
Por um momento vi seu sorriso, consentindo o que eu mais queria.
Nessas coisas de amor e poesia, quando pouco é o que se sabe,
Perdi-me na fantasia, no desejo de que nunca acabe...
Não sei mais se fiz um soneto, mas sei que o amor é meu guia.
Se tudo o que escrevo é por ela, que tanto me repudia,
um dia, serei o poeta que escreve o que não publicou.
E ela há de perceber que fui eu quem mais a amou...