O homem na lua...

Enquanto fito o vasto céu distante,

Perdido o pensamento entre as estrelas...

Desejo tolo sinto em protegê-las,

Talvez, por delas ser sincero amante,

Ou, por saber subir um astronauta

No espaço sideral, onde ele atua,

Para pisar, em pouco tempo, a lua

Conquistas outras colocando em pauta

A mão destrói o sonho – isso é verdade

E a lua que ainda é sonho, inda é saudade,

Ternura, inspiração, deusa e rainha,

Será, ao nosso olhar, uma tristeza,

Desolação e tétrica rudeza!...

Matéria bruta que no céu caminha!...

Janeiro de 1963.