CICATRIZES
As cicatrizes que deitaste na minha alma,
comparadas às que se bordam no meu corpo,
são crateras terríveis de um vulcão não morto,
são como a solidão de quem perdeu a calma.
Paixão, amor..., quaisquer que sejam os matizes,
vê bem quão tem custado caro o meu martírio.
E o que sinto por ti, mulher, chega ao delírio,
vai fundo – e como doem minhas cicatrizes!
O que teus olhos veem – sofrimento externo,
será diverso, à força de que muda tudo,
mas que paz eu terei, se dentro é caos, o inferno?
A dúvida de que, um dia, possa ter-te
tornou-se o fel que sorvo e no qual ponho estudo,
e, assim, que as cicatrizes sangrem, se eu perder-te.
Fort., 26/11/2008.