Silencio da madrugada...
É madrugada e comigo se deita o silencio.
As sombras, noturnos tons, meu endereço.
Se achega o desassossego, tolo imenso,
Seus sons ocos, indiferente, eu reconheço.
As horas, ruborizadas, escondem as faces,
Usam disfarces e acenam dormir comigo.
O breu amigo com a insônia refaz enlaces.
Face a face, meu horizonte tocar consigo.
De fetiche mina fecunda e senda temida,
Lar aberto da desvalia, transitória ermida,
Regaço dos filhos da lua e dos vaga-lumes.
Atenuado o pó ressequido das amarguras
Em silencio, meu novo alvorecer depuras,
Com frescor âmbar de orvalhados perfumes.