Soneto II (Poetas! Loucos!)

Fácil viver a rotineira vida:

Lutar p’ra consumir, para crescer,

Se agigantar, mandar, poderes ter,

Mesmo a pisar em lágrimas! Feridas!

É regra desumana, mas, é o ópio!

Difícil, sim é a exceção viver:

Ao semelhante pão oferecer

E a natureza amar, como a si próprio.

E os poucos que ainda restam pelo mundo,

Com ânimo bastante e amor profundo

Para à regra fugir, sendo exceção,

De loucos são taxados! Solitários!

Poetas! Sonhadores! Visionários!

Que ainda crêem no amor e no perdão.

Janeiro de 1981.