Desilusão marítima
Homem livre hás de estar sempre às borras do mar!
O mar é o teu reflexo; o teu espírito que espias,
No infinito oscilar de suas depressões frias,
E nem teu ser é menos agro ao se alçar.
Deleita-te submergir bem fundo em tua reprodução,
Em tuas hastes a limitas, e tua cadência de amor,
Às vezes se distrai no ritmo do teu coração,
A querela brava e rude de falso rumor.
Sois todos esses deuses ignorados pela vida atual,
Na qual o homem descarta-te as entranhas;
Ó mar, como tu só tu brilhas no Lual.
E ainda assim há épocas inumeráveis,
Atacais sem nenhuma contrição ou devoção,
Os homens que lhe destroem no todo implacáveis.