DERRADEIRO
Já não consigo mais sentir o cheiro.
Da inspiração da prosa e poesia,
Parece esse soneto o derradeiro,
Da fonte onde jorrava dia-a-dia...
Escrevo com a força de um guerreiro
Enfrentando o cansaço e a letargia,
Pois me afastei da fonte – do ribeiro,
Um mármor é o que pareço – pedra fria...
Perdi meu jeito e àquela sedução
As musas me fugiram desde então...
Recluso, nessa concha de tristeza...
Eu choro a cada verso enterrado,
E leio meus amigos, encantado,
Em letras de amor e de beleza
21/11/08