Soneto à musa

Acordada do sono em que jazia

Exausta da desejada noite de amor

Coração sentindo um bocado da dor

De saber que o seu poeta já partia.

Bardo triste de uma vida sem sentido

Ele seguia seu destino solitário

A ela não permitiu um só um gemido

Apenas contar as pedras do rosário.

A madrugada emocionada em que ambos

Entregues ao prazer sonharam planos

Não resistiu aos ruídos da manhã cotidiana.

As estrelas são só dela

A musa, então, tornou-se poeta

Para cantar seu inútil desengano.

Sônia Casalotti
Enviado por Sônia Casalotti em 21/11/2008
Reeditado em 31/07/2009
Código do texto: T1295023