Soneto à musa
Acordada do sono em que jazia
Exausta da desejada noite de amor
Coração sentindo um bocado da dor
De saber que o seu poeta já partia.
Bardo triste de uma vida sem sentido
Ele seguia seu destino solitário
A ela não permitiu um só um gemido
Apenas contar as pedras do rosário.
A madrugada emocionada em que ambos
Entregues ao prazer sonharam planos
Não resistiu aos ruídos da manhã cotidiana.
As estrelas são só dela
A musa, então, tornou-se poeta
Para cantar seu inútil desengano.