SOZINHO


Prefiro, nos instantes, ser sozinho
para falar comigo algum segredo.
Quedar-me silencioso, no degredo,
perder-me da certeza do caminho.

Eu próprio sou ternura e sou carinho.
Reconheço os limites do meu medo
no rumo dos espaços onde, quedo,
tento ser do futuro um adivinho.

Eu me completo em meio à solidão.
Das amarras liberto-me, por fim,
sem me perder dos rumos da razão.

Ator da vida, a sós no camarim,
procuro adaptar meu coração
às cenas do poeta que há em mim.

Odir, de passagem