Criação

E se qualquer grunhido for soneto,

respeitadas as regras dessa forma,

um grito lancinante, pela norma,

poderá ser da opera o seu libreto,

que serve, apenas, para despertar,

o autor e sua arte e gana de espetáculo,

de sacar das entranhas os tentáculos,

e os ramos de poesia p’ra criar

a sua suprema obra de ficção;

então, a voz embargada pode ler,

os seus versos singelos e que, um dia,

formaram o seu objeto de atuação,

que agora estão escritos, sem querer,

mas com satisfação. É isso poesia.

(*) encerra com ponto de interrogação que meu teclado se recusa a escrever,