SONETO D'OURO
AO DOURO, MEU RIO, MINHA TERRA
(Meu berço, meu verso...)
O meu rio lava as águas no ouro
Que colhe das colinas debruçadas,
Quando se enfeitam com as arrecadas
De cachos que são seu doce tesouro.
O meu rio lava o suor em cristal
Manchado pelo pó da árdua lida
Dos homens que penhoram sua vida
À amante que é seu manancial...
E por ela bordam vinhedos de veludo,
Em cascatas inventadas com paixão,
Nos seios dessa terra d'ouro e mosto.
E o meu rio passa, silente e mudo,
Em respeito de solene procissão,
Sonhando co' as cobertas de Agosto...
AO DOURO, MEU RIO, MINHA TERRA
(Meu berço, meu verso...)
O meu rio lava as águas no ouro
Que colhe das colinas debruçadas,
Quando se enfeitam com as arrecadas
De cachos que são seu doce tesouro.
O meu rio lava o suor em cristal
Manchado pelo pó da árdua lida
Dos homens que penhoram sua vida
À amante que é seu manancial...
E por ela bordam vinhedos de veludo,
Em cascatas inventadas com paixão,
Nos seios dessa terra d'ouro e mosto.
E o meu rio passa, silente e mudo,
Em respeito de solene procissão,
Sonhando co' as cobertas de Agosto...