Soneto do amor ausente
 
 
Olho em volta estes vãos tão vazios
que não notam mais tua presença 
e me sinto ficar por um fio 
recaindo na dor de querência.

 
O teu nome não mais pronuncio,
pois mantenho a cautela e a prudência.
Um fascínio, quando é doentio,
não se invoca, tampouco, se pensa.
 
O vazio que agora há de ti
já nem tanto incomoda-me a mente,
muito embora eu saber que sofri.
 
A memória de ti nunca mente:
se estiveste outros tempos aqui,
teu amor nunca esteve presente!