SONETO DE AMOR ENTRE A TERRA E O CÉU

A Terra gira, loucamente e levanta pó

Como se levantasse em poeira, o vestido;

E o céu, ao vê-la, e de tanto se sentir só,

Revela seu azul mais celeste, incontido!

O céu se nubla tomado pela poeira da Terra

E faz girar um furacão forte e arrebatador

E declara à amada tudo o que se encerra

Através do vento, em seu enlouquecido amor

Mas o horizonte é a linha que os separa

E sendo assim, a Terra na ânsia se dispara

A girar mais loucamente até ficar tonta...

E o céu estático, ao vê-la nessa loucura

Amarga o destino em chorosa desventura

O amor insensato e triste que o desaponta!

Goiânia-Go, 15 de novembro de 2008

SIRLEY VIEIRA ALVES