Por quê?!

Pobre rolinha! É grande a minha pena
A vê-la assim morrer! Abrupto fim!...
Fico a pensar: por quê, meu Deus, pequena
Ave inocente e pura, morre assim?!

Por que surgiu em seu caminho livre
Aquele muro azul e muito alto?!
Triste e cruel a emoção que tive
Ao vê-la assim morrer no rude asfalto!...

Por quê, meu Deus, morrer a pobrezinha,
Longe de tudo, ao léu, triste e sozinha,
Deixando, além, o campo! O céu de anil?!...

Por quê meu Deus, que livre o espaço corta,
Cai, afinal estatelada e morta,
No chão de um mundo escravizante e vil?!...


Escrito em outubro de 1961
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 15/11/2008
Reeditado em 12/06/2017
Código do texto: T1284769
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