RAIO FÚLGIDO
Se um raio fúlgido rasgar o céu neste instante
E o celeste clarão te causar certo assombro;
Assim, estarei, eu, eternamente distante...
Não mais reclinando minha cabeça em teu ombro!
E por mais que a verdade lhe atinja e lhe custe,
Saber, feito raio lançado sobre o infinito
Sobre o trovão a ecoar, não se assuste:
É apenas a idealização do meu soluçado grito!
Esperei por ti, feito o dia que espera o Sol,
Enquanto a lágrima escorria ao fim do arrebol,
Riscando minha face celestial, feito raio!
E veio a chuva com todo este meu pranto
Que eu sufoquei amargamente, tanto e tanto...
Para não desabar neste abismo onde caio!
Goiânia-Go, 15 de novembro de 2008
SIRLEY VIEIRA ALVES