SONETO DO AMOR INCONSÚTIL

SONETO DO AMOR INCONSÚTIL

Às vezes a minh’alma é a mesma tua

sem que um mesmo precise ser igual.

Como os lados contrários de uma rua.

Ou margens inconsúteis de um lençol.

Quantas vezes derramo de alma nua

em tua alma encoberta de água e sal

sementes de uma aurora à luz da lua

sem que o saiba a tua aurora boreal...

As rosas em silêncio em meu jardim...

Nenhuma flor o sabe de outra assim

como as aves do cântico dos ninhos...

E meu amor – malgrado esse ciúme

é como um frasco aberto de perfume

de rosa que nem sabe dos espinhos...

A. Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 12/11/2008
Código do texto: T1280441
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