MAR ENVENENADO

Molham-me os olhos ver tão sofrida,

Estas águas a rugir em turbilhão revolto,

A debater-se nos rochedos dessa vida,

Quando o mar, em neblina de tristeza, está envolto.

E eu ao banhar-me nestas águas, sinto tal tristeza.

Prostro-me nesta praia ao mirar tal sofrimento.

Rezo e rezo, mas sem ter plena certeza,

Que a este mar possa legar qualquer alento.

Choro. Minha lágrima, ao cair no mar, é diluída.

Oro. Minhas preces, ao saírem no ar, são sufocadas.

Jazo. Minha intenção, a se esvair, não é concluída.

Secam-me os olhos. Não há mais lágrimas doridas.

Todas, que tinha, neste mar foram lançadas.

Solenemente em inúteis rituais oferecidas.

DRAKKAR
Enviado por DRAKKAR em 12/11/2008
Reeditado em 12/11/2008
Código do texto: T1279705
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