Os mil dias da ausência
Ha' tão somente silentes mil dias
Que partistes da face desta Terra
E eu, cabrito do bom, que pouco berra,
Pus-me a viver em distinta utopia.
Fantasio, tão só, reencontrá-la.
Em um ponto distante do caminho.
Permaneço esperando tão sozinho,
Junto à fé cuja dor jamais abala.
Mas a morte embrutece, é um monstro, é horror,
E destrói toda a vida, urra e apavora,
A ilusão já se esvaí na curta estrada.
Sob o pó há mil dias, só, jaz enterrada,
E eu, descrente, já hesito, muito embora,
te vislumbre ainda...Olá querida, oi amor.
Jacques Levin
Publicado no Recanto das Letras em 14/01/2007