ESCRIBA DE EMOÇÕES


A magia da lira eu busco agora,
a ver se ao meu amor ela me inspira.
Mas a verve dos ventos se demora
e não vigora a volição da lira.

Os sons surgem à noite que há lá fora,
nos suspiros que a brisa conduzira.
Mas a brisa que à noite escuto agora,
enciumada, sopra só mentira.

Escriba de emoções, restam-me só
esperar pelos sonhos, que demoram
desfazer das desditas o entrenó.

Ou descrer das razões que me devoram,
enquanto os sonhos secam, viram pó,
enquanto as esperanças se evaporam.

Odir, de passagem