Soneto  n.17

Soturno

Algo desta minha dor transparece,
feito de negror, sangue e espinho,
nas trevas, por onde eu caminho,
meu erro é o fado que sempre tece.

O meu estranho coração se obscurece,
sangra no meu corpo e no meu linho,
arrastando o vício, a solidão, o vinho,
e, por mais que lute, o mal permanece.

Todo eu sou um ser triste... cansado,
sofrendo fundamente onde me deito,
desfeito em pranto no olhar cerrado.

Para além das maldades é que viajo,
mergulhando no escuro deste peito:
- calado ser ... soturno ser - andrajo!


Silvia Regina Costa Lima
6 de novembro de 2008




Ps: Obra ficcional - apenas poesia, amigos, apenas poesia

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 09/11/2008
Reeditado em 20/03/2012
Código do texto: T1274411
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