VIDA - SONHO
I
Sempre o desejo de querer-te mais,
Ao meu lado sentir-te eternamente!
Amar contigo, padecer contente,
Sobre eras vindas - seres imortais!
Sempre a esperança de viveres tais,
Que se repetem pura e simplesmente,
Nas gerações que vão nascer da gente,
E às nossas vidas hão de ser iguais.
A expectativa de viver milênios
Eternizando a espécie em mil proscênios,
Atores da existência sem ter fim.
Viver em ti e a ti sempre abraçado,
A repetir-te, eterno namorado
- Abre os braços um pouco mais; assim!
II
Abre os braços um pouco mais; assim,
No abraço aconchegados, rindo, à vida,
Iremos partilhando, alma querida,
Na vida o riso e o pranto, o bom, o ruim.
Nunca eu te negue o riso que há em mim
Nem te recuse a lágrima sofrida.
Não deixes nunca de me dar guarida,
Em noites perfumadas de jasmim.
Eu não me canse de chorar contigo,
Tu não te enfades de sorrir comigo,
Não se resfrie jamais o nosso ardor.
Por não perder-nos na existência eterna,
Pelos milênios todos, sempiterna,
Aperta-me ao teu seio, por favor!