Soneto da saudade
Depois da noite fria, intenso inverno
Da angústia que deixou tua partida
A saudade sorrateira bateu em retirada
Sem acenar-me o adeus da despedida
E deixo a porta aberta! Oh que loucura
Gozando ainda o frescor da primavera
Eis que entra oh! visita inoportuna
A tristeza que espreitava da janela
Nos braços da saudade carregada
A encher os meus sonhos de esperança
Nunca mais tu voltaste, minha amada
Só tu tristeza ingrata. Vã e depressiva
Bandeira negra da cruel desesperança
Povoas minhas noites mal dormidas