Soneto da chuva
A chuva bate insistente na janela
Fugindo do vento que a maltrata
Sem encontrar eco em seus anseios
Escorre em lágrimas na vidraça
Assisto ao seu drama indiferente
Não ouvindo seus reclamos, sua voz
E de repente gozo embevecido
Como se fosse eu o seu algóz
Por natural tem o ser humano
Como a expiar os seus pecados
Transferir os seus erros e enganos
Assim pagaste , chuva inocente
A dor, o desencanto, o desvario...
Toda angústia que o poeta sente