SONETO DO AUTO-EXÍLIO
SONETO DO AUTO-EXÍLIO
Tormentos, pesadelos e neuroses
vampiros em noturna revoada
vão possuir meus sonhos com atrozes
rituais de tortura festejada.
Vão farejar-me como cães ferozes
até que a minha fome fatigada
sobreviva do pão de seus algozes
e a sede já não viva de mais nada.
E esses fantasmas viverão do trauma
de meus gritos ocultos na parede
da carne que o pavor cala e consome...
E como quem se apossa de minh’alma
irão saciar-se com a minha sede
e regalar-se com a minha fome!
Afonso Estebanez