Para Maurice Blanchot

O abismo cresce e o corpo sente a dizer

Sou como a alma morta no desconexo dia

Como um artista da fome que tudo queria

Numa antiga farsa gregoriana a me querer.

Clima sombrio a me sufocar de mentiras

Tem medo dos versos mortos, dos sobrados

Cheios de vidas perdidas e seus condenados

Dormindo com tanto barulho, e as esferas.

Morrendo vagamente no coração frio

Pulsação que soa num castelo sombrio

Distantes amores no vibrar trilham.

Nos colares os diamantes que brilham

As gemas e a esfinge dos gelos do norte

Na necrópole a carcaça da tua morte.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 06/11/2008
Reeditado em 14/11/2008
Código do texto: T1269127
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