Para Maurice Blanchot
O abismo cresce e o corpo sente a dizer
Sou como a alma morta no desconexo dia
Como um artista da fome que tudo queria
Numa antiga farsa gregoriana a me querer.
Clima sombrio a me sufocar de mentiras
Tem medo dos versos mortos, dos sobrados
Cheios de vidas perdidas e seus condenados
Dormindo com tanto barulho, e as esferas.
Morrendo vagamente no coração frio
Pulsação que soa num castelo sombrio
Distantes amores no vibrar trilham.
Nos colares os diamantes que brilham
As gemas e a esfinge dos gelos do norte
Na necrópole a carcaça da tua morte.
HERR DOKTOR