SUA VOZ
Encontrei seu adeus escrito às pressas
no silêncio do quarto adormecido,
as marcas de seus pés ainda impressas
no soalho de orvalho umedecido.
Busquei mas não achei suas promessas
de eterno amor. Pensei tê-las perdido.
Restou-me o seu escrito e frases essas:
“Não te amo. Desculpe o acontecido”.
Costuma-me o deserto do caminho,
aprendi, com a distância, ser sozinho.
O tédio não será o meu algoz.
Se o seu amor por mim foi fictício,
esquecer não vai ser um sacrifício:
difícil é esquecer a sua voz.
Odir, de passagem