Vultos

Olho da janela a escuridão sombria

Da noite negra pela chuva tomada

E vejo um vulto me olhando da estrada,

Olhando quieto, sem dizer que queria.

E naquele escuro brilharam os olhos do vulto

Na noite negra dos negros dias primeiros,

Fui tomado cada parte e depois por inteiro

Pela dor da morte e do saber adulto.

E o vulto me olhando então sorriu

E na escuridão da noite negra entrando

Nas nuvens de chuva então partiu.

Penso agora, parado nesta chuva fria

Que fora eu vulto solitário olhando

Minha própria vida morta e vazia.

Fábio Codogno
Enviado por Fábio Codogno em 29/10/2008
Código do texto: T1255267
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