A OSTRA

 

 

Sob a formosa concha jaz um tesouro

Resultante duma impotente defesa

Veneno cristalizado na incerteza

Do coração vencido por frases d’ouro!

 

Implacável poeta... baluarte mouro

Invasor da fortaleza, dantes, coesa!

Decantas versos de caprichosa proeza

Ofertando luz ao lamentoso agouro!

 

Tens minha triste alma... livre de disfarce

Cativa e entregue em toda a singeleza

Renúncia firmada no fogo e nobreza

 

Para não ausentar-se da égide dos teus olhos!

Porém, a ti ocultarei nestes afolhos

O pesar amargo desse desenlace!