AUSÊNCIA PRESENTE

       
Quisera eu encontrar-te sempre aqui

       e reviver aquele doce encanto.

       Já não consigo mais viver sem ti,

       banhada apenas em amargo pranto.

       Aquele grande amor  que eu dividi

       deixou  somente triste desencanto

       e por isto,jamais,eu me convenço

       das grandes dores em que  penso.

 

       Quisera eu mui feliz mirar-te agora

       e viver minha vida em louvação,

       pois a minh’alma amargamente chora,

       carregada de enorme comoção.

       Mas antes que decidas embora,

       deixa um pouco de paz num coração

       que, padecendo assim, tão infeliz,

       em seu triste  pulsar se contradiz.

 

       Quisera eu,bem segura, com firmeza,

       alegre, poder ver-te novamente;

       mas desolada vejo com tristeza,

       que permaneces longe, sempre ausente.

       E eu,bem triste, a fugir desta  frieza,

       no peito sinto enorme dor  latente.

       Porém, conservo em mim muita esperança

       e, assim,tão grande ausência não me cansa.



                                 
   (Oitavas heróicas)

Alda Corrêa Mendes Moreira
Enviado por Alda Corrêa Mendes Moreira em 28/10/2008
Reeditado em 03/12/2008
Código do texto: T1251737