AUSÊNCIA PRESENTE
Quisera eu encontrar-te sempre aqui
e reviver aquele doce encanto.
Já não consigo mais viver sem ti,
banhada apenas em amargo pranto.
Aquele grande amor que eu dividi
deixou somente triste desencanto
e por isto,jamais,eu me convenço
das grandes dores em que penso.
Quisera eu mui feliz mirar-te agora
e viver minha vida em louvação,
pois a minh’alma amargamente chora,
carregada de enorme comoção.
Mas antes que decidas embora,
deixa um pouco de paz num coração
que, padecendo assim, tão infeliz,
em seu triste pulsar se contradiz.
Quisera eu,bem segura, com firmeza,
alegre, poder ver-te novamente;
mas desolada vejo com tristeza,
que permaneces longe, sempre ausente.
E eu,bem triste, a fugir desta frieza,
no peito sinto enorme dor latente.
Porém, conservo em mim muita esperança
e, assim,tão grande ausência não me cansa.
(Oitavas heróicas)