Possível, sim
Cria eu, no mundo, maneira não haver
De querer de novo, assim, e amiúde.
Quis ter pra mim sempre farta saúde
De modo a tudo amar e não sofrer.
Fácil, deveras, sabia eu não ser.
Todavia, ainda espero que isso mude,
Posto que o medo, esse covarde rude,
Tenta a possuir-me por merecer.
Valendo-me, pois, da energia tua,
Cubro-me de coragem e vou à rua
Pois sei o que meu peito quer que eu faça:
Espera ele que eu logo perceba
Que amar de novo é possível, e que beba
Do líquido do amor, sem ameaça!