Denúncia Anônima - O Soneto -
Denúncia Anônima - O Soneto -
Fui preso pelos enredos do amor!
E eu que pensei ser o único,
De tal segredo senhor,
Fui exposto ao julgamento público.
Mas, a quem interessava delatar meu coração?
Não lembro ter confiado esse sentimento a ninguém,
Sempre fui discreto em minha emoção,
Quando por mim passava certo alguém...
Hoje pranteio leviano ato, à minha revelia,
Sofre meu coração em ais,
Perante o objeto desta, agora, elegia...
Meus olhos em sua direção não brilham mais,
Minha voz cala ditoso bom dia,
De mim não podia ter escapado jamais!
Vinícius de Morais escreve: quem ama não tem paz.
Pergunto: por que amamos?
Pablo Ribeiro.