Um Soneto Amargo
Meu coração anda sobremaneira rude
Que aspereza nota-se em meus atos
Confesso eu ter feito mais que pude
Mas o argumento sucumbiu aos fatos
Recriminando esta minha atitude
Presenciando os gestos insensatos
Verás mais nada, só a vicissitude
Que me absolve destes desacatos
Se me tornei esta infeliz figura
Deve-se ao fato d´eu ser deste mundo
Que adormecidos em sono profundo
Acreditamos ter chegado à cura
Com o progresso emergimos do fundo
Mas naufragamos, no mar da amargura