AVES DE RAPINA
Dizer que sou triste é infame a verdade
Tão pouco sou a imagem do contentamento
Revolta-me, por vezes, esta sociedade,
A qual me causa tanto estranhamento.
Tantos valores desviados por vil vaidade
Num mundo acabrunhado em seu tormento.
E os príncipes que reinam com maldade
Entre os frágeis de espírito e pensamento.
Sim, esta crueldade crescente rouba-me a paz
E Sonho com outrora, onde ainda não se via
A crueldade atacar sem dó a cada esquina.
Não sou triste nem tão pouco sou capaz
De cegar-me em devaneios e seguir à revelia
Somos vítimas perfeitas das aves de rapina.