DIÁLOGO DE UM SÓ

Na brancura d’uma noite insone

Ouve do silêncio, seu longo grito

Que reclama com fúria da fome

Desse teu medo insano e maldito

Não temas ao teu lado a solidão

Essa dúvida que mais te conhece

Posto que te velando fica a razão

Enquanto tudo mais em ti adormece

Abraça-te nesse íntimo sozinho

Alforria essa tua alma ora opressa

Que ela com divino e bom carinho

Apagará sutil a noite tão acessa

E tal um pássaro feliz no ninho

Terás na aurora um canto de certezas

Jairo Lima

Jairo Lima
Enviado por Jairo Lima em 22/10/2008
Código do texto: T1242395
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