DIÁLOGO DE UM SÓ
Na brancura d’uma noite insone
Ouve do silêncio, seu longo grito
Que reclama com fúria da fome
Desse teu medo insano e maldito
Não temas ao teu lado a solidão
Essa dúvida que mais te conhece
Posto que te velando fica a razão
Enquanto tudo mais em ti adormece
Abraça-te nesse íntimo sozinho
Alforria essa tua alma ora opressa
Que ela com divino e bom carinho
Apagará sutil a noite tão acessa
E tal um pássaro feliz no ninho
Terás na aurora um canto de certezas
Jairo Lima