(Soneto n.12)


MAIS


Um dia, você, meu querido amante,
acordará desse seu deselegante sono,
sabendo que eu não sou só o instante,
que relega [depois] ao mero abandono.

Em mim, o cálice está transbordante,
bem cheio, mas sem o desatento dono
que enxergue além do meu quimono,
oferecendo mais que rosas e brilhante.

Quero ser mais que um doce sonho,
viver adiante de onde eu me ponho,
na sua vida de rapaz, tão descuidada.

Desejo mais do que ser seu vinho tinto,
aquele que sorve quando está faminto,
mas
desdenha na manhã clara e raiada.

Silvia Regina Costa Lima
18 de outubro de 2008
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 22/10/2008
Reeditado em 11/10/2009
Código do texto: T1241815
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