MÃE, UMA SANTA
Ando, viro e remexo, ao léu da vida,
passos tortos, aí, por mil lugares...
E o que de eterno posso ver nos lares?
Um perfil de mulher, a mais querida.
Até singrando lagos, rios, mares,
ou vagando sem norte, na avenida,
lá onde semelhantes, sem guarida,
uma santa me aflui, até nos bares.
Assim é que, poeta, a mãe ditosa,
aquela que se indo bem velhinha,
sempre vive à visão das mães alheias.
Mãe, ser mais altruísta do que a rosa:
dá de si tudo o quanto já nem tinha.
Como a flor, o seu pólen há nas veias.
Fort., 20/10/2008