O fim
(há dias escrevi o poema abaixo e o deixei de lado; agora, arquivo-o aqui)
As pernas já me não obedecem mais
O corpo teso pesa todas as toneladas
As dores pipocam nos músculos e ossos
Tornei-me dependente de todos para tudo
A vida acontece desinteressante em volta
O que fazem ou dizem não me empolga
As coisas conquistadas em noventa anos
Servem somente à arrogância de outrem
Nunca imaginei perder tanto o prazer
De ser, ter, e até de dominar o entorno
Aos outros talvez pareça deprimente
Mas somente a morte interessa a mim
Quando e como será essa passagem?
Quero dormir: não teria importância.