DEZ ANOS SEM DRUMMOND

“As pessoas não morrem, ficam encantadas.”

[Guimarães Rosa]

Dez anos sem Drummond, eis, na verdade,

um hiato que se alastra no infinito,

o berro desmamado de um cabrito,

dez anos sem Drummond: eternidade.

Há tanto, lá no além, Drummond de Andrade,

depois de se ter sido o nosso grito

e canto e pena e rima, agora um mito,

e o poeta maior, que traz saudade.

Assim, revisitando o grande bardo,

meu estro de aprendiz de sonetista,

neste agosto, veleja num ciclone,

e já lançou em portupi seu dardo:

antes o itabirano beletrista

cá nos volvesse, até que fosse em clone!

Fort., 19/10/2008

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 19/10/2008
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