CASA VAZIA 


Há uma casa vazia ao fim da rua,
num trecho sem desvio, em linha reta.
De sonhos de esperança está completa,
porém desabitada continua.

Na terra da poesia se situa,
em projeto de pático poeta.
Da métrica no esboço está correta,
mas a quem passa, passa a ser cafua.

Pela rua desfilam literários.
Destinos outros, pensamentos vários,
missionários meros de outras metas.

Mas sequer sinalizam comentários.
Não há propostas, faltam locatários
para a casa dos sonhos dos poetas!

Ó musas dadas, musas desafetas,
vinde aos vates varões, volvei estetas
à praça dos pregões imaginários!



Odir, em passagem noturna de sábado