FATAL

Me apraz em meio à noite contemplar

Por entre o vaporoso do perfume

Teu seio que me pisca vaga-lume

E os olhos vão pousando a vacilar

Aonde irão as mãos se demorar

Porque entregue de sede e muito ardume

Teu corpo não se furta do queixume

Da febre do desejo o despertar

Um frêmito contrai a calma face

E um líquido de mim rebenta em gotas

Qual vindo de penhascos se derrama

Te deixa uma amazona que sonhasse

Galgar essa cadência só de botas

E fosse assim vestida para a cama

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 15/03/2006
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