ALMA QUE CHORA!
Absurdo receio aloja-se na entranha
Silenciando-me num torpor indiferente!
Caos improfícuo apodera-se da mente
E o espelho reflete a imagem estranha!
Do mundo carrego a impressão medonha:
Seres mortificados em dor plangente!
Vórtices duma noção impenitente
Jugo da crueldade que no âmago enfronha!
Serão os homens reféns sobreviventes
Alforjados no conluio e finitude?
A selarem sentenças em atitude
Impregnadas por pressupostos dementes?
Com a decência e a piedade ausentes
Numa incessante perda da completude!