Reflexão sobre a miséria da fome
Sabe que enquanto aqui brinco
De fazer poesia, e me afinco,
Uns milhões morrem de fome,
Na miséria, nada tem, não comem.
Neste momento que paro e trinco
Comidas e pães, meu olhar finco
Nos olhos daquele sem nome,
Pessoa, pobre alma, um homem!
Com tristeza, mudo aqui permaneci,
Ao ver nosso orgulho em frenesi,
Incapaz de amar, de sentir a outrem.
Peço-te, razão, reflita e me informe,
Que não seja verdade, que há fome,
Neste mundo, onde tantos morrem.
(Aprendi com Saramago a refletir e a questionar, não bastasse os milhões na África a morrer de fome, me deparo com milhões, bem próximos de nós, com fome... na miséria)
Sabe que enquanto aqui brinco
De fazer poesia, e me afinco,
Uns milhões morrem de fome,
Na miséria, nada tem, não comem.
Neste momento que paro e trinco
Comidas e pães, meu olhar finco
Nos olhos daquele sem nome,
Pessoa, pobre alma, um homem!
Com tristeza, mudo aqui permaneci,
Ao ver nosso orgulho em frenesi,
Incapaz de amar, de sentir a outrem.
Peço-te, razão, reflita e me informe,
Que não seja verdade, que há fome,
Neste mundo, onde tantos morrem.
(Aprendi com Saramago a refletir e a questionar, não bastasse os milhões na África a morrer de fome, me deparo com milhões, bem próximos de nós, com fome... na miséria)
20/10/2008 19:33 - oklima
OS INSEPULTOS/ Que pensas tu, que matas tanta vida/ abusando por Deus das bênçãos dadas,/ consumindo-as de formas desregradas,/ gastando-as de maneira fratricida?/ Que pensas dos teus restos de comida,/ farturas tantas aos irmãos negadas,/ da água com que lavas as calçadas/ e menos usas para ser bebida?/ Do teu repasto exposto sobre a mesa,/ a quem prestas o mais profundo culto,/ as sobras serão muitas, com certeza./ Vê a foto de um corpo inda insepulto/ e conta o que te cabe de tristeza/ à inanição fatal, faltoso vulto!// - Odir, de passagem pela magistral reflexão de Geraldo Matozzo.
18/10/2008 17:46 - Marúcia Herculano
Boa tarde, querido poeta! O teu texto me fez relembrar algo que já uns bons tempos havia pensando: quando mais jovem, na época da universidade eu queria transformar o mundo, combater as desigualdes sociais, ajudar a derrubar o capitalismo explorador e quem sabe ir para África saciar um pouco da fome física e de liberdade numa região tão massacrada por governos totalitários, guerras étnicas! Eu não sabia que a África também se encontrava no quintal da minha casa e em qualquer lugar por onde meus pés cruzassem! Como bem disse Jacó Filho, eu não sabia que incentivar a desigualdade e a miséria gera lucros para muitos e que não há interesse de grande parte das autoridades em combater o problema! Eu não sabia que não bastaria a minha comiseração para transformar alguma coisa e que, soberba, acreditava que só conhecimento técnico fossem suficientes! Lendo o teu soneto, eu me identifico com a tristeza nele contida; porém, sei que não brincas de fazer poesia e sim, traz luz à muitas consciências! E esse é um dos mais importantes passos para qualquer transformação permanente! Não detemos o poder de mudar o mundo inteiro, mas, podemos mudar a nós e assim ampliar esse exército de guerreiros da paz! Opsss... divaguei... perdoe-me! um terno abraço e fica com Deus! Ótimo final de semana!
17/10/2008 11:32 - Jacó Filho
Muito bom dia Geraldo, triste, mas real o seu soneto magistralmente elaborado... Esse é um assunto a ser refletido em profundidade, pois não basta dar o pão, os países ricos precisam antes de tudo, parar de sabotar os pobres, e em segundo lugar, os milionários locais, pararem de mandarem suas montanhas de dinheiro pra paraísos fiscais e investirem onde o a pegaram, e quem sabe assim, já eliminaria uma grande parte desse desastre no mundo... Parabéns! E que Deus nos abençoe... Sempre...