TRAGICOMÉDIA

Ouço, no bar, o mote dos meus pares,

que só martelam prosa monetária;

teimam, discutem vida mercenária,

marcas de carro, onde há lupanares...

A par dos chistes, somos mais vulgares,

com o ar da flor da massa proletária,

pois classe média, além de perdulária,

besta e boçal, melhor nos nossos lares.

Mas, nós, da dita baixa classe média,

sempre que estamos a perder a graça,

mandamos brasa – fundo! – na cachaça.

E, nos papeis da vã tragicomédia,

do vil metal na falta, cai bebida,

e muitos tombam, só que alguns, sem vida.

Fort., 14/10/2008

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 14/10/2008
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