CARNAVAL... CARNAVAIS
No carnaval, o mundo perde o tino
e o povaréu se estreita na folia;
a gente, à louca, veste a fantasia,
posto que o homem volta a ser menino.
A festa marcha, ébria de alegria,
nos pés de mil cordões, com desatino,
enquanto em madurez, mas tão menino,
desfilo em mim meu bloco de utopia.
Meio a caudais do álcool que consomem,
eu noto a mão – fatal – dos carnavais,
sinto a grandeza e pequenez do homem.
Tristonho, tomo “cinzas” quarta-feira,
porque, na quarta, a vida, nos jornais,
traduz a farra na maior besteira.
Fort., 14/10/2008