DIREITO de SONHAR

Vou embora, vendo a paisagem florida

do trem, e se ainda me dou ao direito

de sonhar, é porque os meus olhos coloridamente

escuros já não dormem, arcoirizam efeitos

pétreos n'areia branca estatuada

de um mar revolto ao teu amor convidativo

que puro no selvagem delírio de abrir na carne

o quanto há de doado na espera

é farto no erguer-te fêmea de um amante

sem pudor, infinita no compreender

que o macho só é pleno se homem feito

porque de tudo quanto no amor eleva

é só preciso saber o que há de estar na alma

tremulante nas bandeiras que os anjos sopram fogo