PÁSSARO SEM ASAS
Republicação
No vácuo onde aprisionado estou
Contemplo o mundo levitar à frente
Num olhar melancólico e descrente
De quem as asas a desilusão cortou!
Não posso alçar vôo em céu luzente
Assim, abrigo-me na escura amplidão
Permitindo à penetrante solidão
Testemunhar a alegria ausente!
Pássaro desviado de sua rota
Condenado a vagar no chão a ermo!
Dos olhos, quente lágrima já não brota
Pois, do espírito permanece enfermo!
Ao redor a beleza tampouco nota
É morto-vivo esperando o termo!