FLOR DE VÊNUS
Em comunhão, minh’alma ao corpo dá-se.
Então meu corpo mente e finge amor.
Escravo da paixão e seu cantor,
eu, poeta, me presto a lovelace.
Das coroas de flores o entrelace,
a flor de vênus busco, donde for,
que tenha do desejo a rubra cor
e seja aberta ao meu prazer fugace.
Escondo à minha alma o que pretendo.
Ao ver a flor se abrindo de luxúria,
que ela não me veja ao que estou vendo.
A flor se descontrai, incasta, espúria.
Despudorado, nela vou crescendo
nas contrações do amor, com toda fúria!
Odir, de passagem