Soneto n.10


Palavra vã   


flores exóticas em mim nascidas.
Chegaram-me enviadas pelos ventos,
portando as dores e alguns tormentos,
talvez de minhas noites mal dormidas.

Quisera não vê-las assim tão crescidas,
eivadas no sangue dos esquecimentos,
porque atingem os meus pensamentos,
fazendo-me desejar ter outras Vidas...

Vejo-me hoje um triste sol de agosto
onde esqueço de minha tola filosofia,
anoitecendo assim, em alma e rosto.

Sou agora a lavoura que não mais se lavra,
caminho sem a seiva que antes ali havia
- e onde nascia o mel de minha vã palavra

Silvia Regina Costa Lima
24 de setembro de 2008




SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 10/10/2008
Reeditado em 11/10/2009
Código do texto: T1222153
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